Especial mês da mulher e do empoderamento feminino

Especial mês da mulher e do empoderamento feminino

Relembramos as marcas delas na história, porque acreditamos no empoderamento da mulher.

O Dia Internacional da Mulher está ligado a diversas manifestações realizadas em prol de melhores condições de vida, trabalho e garantia de direitos. Por isso, há quem comemore a data com flores e cartões, mas há também quem aproveite esse momento para relembrar as lutas e o que ainda pode ser conquistado.

Uma coisa liga todas as narrativas envolvendo o Dia da Mulher: acreditar no empoderamento feminino. Por isso, vamos relembrar feitos importantes de algumas mulheres que se destacaram em diferentes áreas. Nos acompanhe nesse passeio pela história.

Mulheres educadoras

Vamos começar a relembrar a história das mulheres pela sua trajetória na educação. Em 15 de outubro de 1827 foi aprovada a Lei Geral da Instrução Pública, que inaugurou as aulas públicas para meninas. Nesse período, muitos pais preferiam preceptoras (com aulas em casa) para as filhas, por isso o ensino para meninas ainda era novidade. 

Na cidade de São Paulo, em abril de 1828, foram criadas as primeiras cinco cadeiras providas por concurso público. Aprovada, a mestra Benedita da Trindade do Lado de Christo se tornou a primeira professora pública e lecionou até 1859. Inscrever-se em um cargo recém criado em concurso de magistério em meio a um ambiente antes tido como apenas para homens, foi uma das atitudes inovadoras de Benedita, ela também atuou como examinadora de outras candidatas e cumpriu exigências administrativas, além de lecionar. 

Outras mulheres que participaram, com Benedita, do mesmo concurso foram: Benedita Maria de Jezus e Joaquina Roza de Vasconcellos. A lei de 1827 foi criada em uma sociedade paternalista e desigual. Nesse contexto, a inserção de mulheres em espaços públicos letrados foi lenta e enfrentou resistências. Naquela época, era mais comum que mulheres atuassem em espaços públicos como lavadeiras, quitandeiras, parteiras e costureiras, por exemplo. Esse foi um passo importante para que as mulheres começassem a ocupar outros espaços no mercado de trabalho aqui no Brasil, dando exemplo e abrindo portas a meninas cientistas, jovens pesquisadoras e cidadãs estudiosas para impulsionar novas gerações de mestras.

Elas mudaram a ciência

As mulheres também conquistaram espaço na ciência, uma delas foi Gertrude Elion, uma farmacologista estadunidense, que nasceu em 23 de janeiro de 1918 e decidiu dedicar sua vida à luta contra o câncer depois que o avô morreu em decorrência dessa doença.

Em 1944, George Hitchings, contratou Elion para trabalhar em seu laboratório de bioquímica na empresa Burroughs Wellcome. Juntos, tiveram grande sucesso com o uso pioneiro do design racional de medicamentos. Elion e Hitchings criaram novos medicamentos para doenças graves, entre eles estão aqueles para o combate à leucemia, malária, artrite reumatoide, rejeição de órgãos e infecção bacteriana.

 A farmacologista recebeu o Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina, em 1988, junto com George Hitchings e James Black, por suas descobertas de princípios fundamentais para tratamentos com drogas. Ela foi a quinta mulher a receber esse prêmio.

O direito de votar e ser votada

Se hoje temos o dever de votar, é porque um dia mulheres lutaram pelo direito ao voto. Em 1910, junto com outras mulheres, a professora carioca Leolinda Daltro fundou o Partido Republicano Feminino. Esse é um dos primeiros registros da luta das mulheres brasileiras para votar e serem votadas.

Na década de 1920 a discussão sobre o assunto ficou mais intensa. A primeira conquista foi em 1927, com uma lei estadual, no Rio Grande do Norte, que concedeu às mulheres o direito ao voto. Assim, a primeira mulher a obter o título de eleitora na América Latina foi a professora Celina Guimarães Vianna.

O voto feminino em todo o território nacional só foi aprovado em 1932, com a criação do Código Eleitoral, direito que só foi exercido nas eleições de 1933. Neste ano, foi eleita a primeira deputada federal latino americana, a médica paulista Carlota Pereira de Queirós.

Pioneira na engenharia

Anteriormente lembramos o momento em que as mulheres começaram a ocupar espaços letrados, aqui no Brasil. Isso foi importante para as que vieram depois, como a curitibana Enedina Alves Marques, nascida em 1931. Ela foi a primeira engenheira do Paraná e a primeira engenheira negra do Brasil. Enedina formou-se em Engenharia Civil, em 1945, pela Universidade Federal do Paraná. 

Depois de formada, Enedina trabalhou em diversas empresas, chefiou cursos técnicos e gerenciou obras. Como pioneira em sua área, conseguiu se impor e superar barreiras abrindo espaço para as que vieram depois.

A engenheira participou dos projetos de construção do Colégio Estadual do Paraná e da Casa do Estudante Universitário. Mas o túnel escavado em granito maciço na Serra do Mar, é considerado seu maior feito. Ele fez parte das obras da usina Capivari-Cachoeira, localizada no município de Antonina, no Paraná.  A maior central subterrânea do Sul do país foi, mais tarde, renomeada e passou a se chamar Usina Parigot de Souza.

Elas literalmente voam alto 

Nossa última parada é o esporte, área que foi restrita às mulheres e também conquistada por elas. Para falar desse assunto escolhemos as Olimpíadas e Maurren Maggi, a primeira sul-americana a conquistar uma medalha de ouro olímpica individual. A atleta saltou 7,04 metros nas Olimpíadas de Pequim, em 2008. Além disso, Maurren tem quatro medalhas pan-americanas – três de ouro no salto em distância e uma prata nos 100m com barreiras.

Antigamente, as mulheres eram proibidas de participar dos Jogos Olímpicos. Durante a competição, em 1896, a grega Stamati Revithi realizou o percurso da maratona do lado de fora do estádio, como forma de protesto. Ela completou o percurso em 4h30, índice menor do que o de muitos homens. Mas não foi reconhecida pelo Comitê Olímpico Internacional (COI).

Quatro anos mais tarde, as mulheres puderam competir nas Olimpíadas pela primeira vez e representaram 2,2% dos competidores. Elas disputaram vela, croquet, hipismo, golfe e tênis, sendo que apenas os últimos dois contavam com eventos exclusivamente femininos. A presença feminina em todas as modalidades olímpicas só aconteceu nos Jogos de Londres, em 2012.

Essas são apenas algumas das mulheres que fizeram história, escolhidas neste mês de março para relembrar um pouco dessas conquistas. Porque a Rede Bristol acredita no empoderamento da mulher, por tudo o que já foi feito e pelo que ainda está por vir. Desejamos que as mulheres conquistem cada vez mais espaço, equidade e sintam-se empoderadas. Um feliz mês das mulheres para todas.